Conto: Amor de Carnaval



AMOR DE CARNAVAL





Por Olavo Nascimento (03/03/2019)


Luísa, ainda sonolenta, foi abrindo os olhos aos pouquinhos. Sua cabeça rodava e fustigava como martelo batendo num prego. Seu corpo doía em todos os cantos, a sua boca amargava e seus olhos turvos visualizavam penumbras. Aos poucos a sua vista foi clareando até ver sua imagem completamente nua refletida em um espelho no teto.

Sua reação foi de surpresa: -- O que é isso? Falou pra si mesma cobrindo-se com o lençol, envergonhada com a possível presença de alguém.

Mas não havia ninguém, ela estava só e entendeu aonde se encontrava ao exclamar: "ESPELHO NO TETO, CAMA REDONDA! ESTOU NUM QUARTO DE MOTEL!!! COMO VIM PARAR AQUI?

A sua mente entorpecida começou a buscar o seu subconsciente e as coisas foram se clareando. O quarto estava com sinais de uso recente, com copos de bebida vazios e uma garrafa de Ballantines Scotch quase no fim. Luísa procurou se lembrar de algo, quando espirrou um pó branco pelas suas narinas. Algo parecido com talco, mas que ela logo adivinhou: cocaína. Se desesperou e gritou: -- Fui drogada...

Aos poucos, sua mente se lembrou de Christina. Aonde estaria ela? Recordou dos últimos momentos lúcidos, quando acompanhou a amiga, a convite dela, a um baile carnavalesco num clube fechado para empresários e dirigentes públicos. Luísa e Christina eram colegas e amigas de trabalho. Ambas eram publicitárias com Luísa lotada na matriz da agência em São Paulo e Christina na sucursal no Rio de Janeiro. A empresa estava desenvolvendo um evento carnavalesco no Rio de Janeiro e Luísa foi trazida para a cidade maravilhosa para dar suporte técnico aos serviços contratados. Sua tarefa se encerraria na terça-feira gorda dos festejos momescos com estadia e alimentação pagas pela empresa. Após três dias de trabalho na organização dos eventos durante a semana antes da festa, Luísa e Christina estreitaram ainda mais sua amizade.

Ao contrário de Christina que era solteira, independente e morava sozinha, Luísa era mãe de dois adolescentes: Miguel de 14 e Ana Júlia de 10 anos, frutos do seu casamento com Haroldo que já durava 15 anos. Haroldo tinha um comércio no bairro em que viviam em São Paulo e pouco se ausentava do seu comércio, A sua sogra D. Josefa, uma portuguesa de 65 anos com boa saúde e disposição, morava com eles e ajudava nos serviços domésticos.
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... mas aonde estaria Christina? As coisas agora estavam mais nítidas. Luísa lembrou-se das duas sentadas à uma mesa na festa e escutar um alerta da amiga: -- Tome cuidado! Aqui só tem empresário querendo se divertir na encolha e muita garota de programa querendo se dar bem.

-- Epa! O que é isso? A gente não vai ser confundida como uma delas? Reclamou Luísa.

-- Relaxe minha amiga. A gente tem trabalhado muito, um trabalho pesado e estressante que nos tira do sério. Nem dormir e nos alimentar direito a gente consegue, Hoje é carnaval. Vamos aproveitar e nos divertir... Incentivou Christina.

-- Até que eu estou precisando mesmo. A minha vida de casada está um saco. Já conheço o Haroldo de cima pra baixo e de olhos fechados. O saco já está cheio e transbordando. Desabafou Luísa.

-- Então chegou a hora minha amiga. Vamos nos divertir. Vamos pular e beber todas. O que achas?

-- Tudo bem. Mas preciso tomar coragem...

-- Deixa comigo que eu arrumo as coisas. Tá a fim de alguns momentos com homem?

-- Nossa! Você foi bem direta! Quem sabe...

-- Aproveite para realizar suas fantasias e sonhos eróticos. Você tem sonhos eróticos Luísa? Não diga que não porque eu sei que todas têm.

-- Sempre sonhei com um negão bem forte, grande e com dentes brancos numa bocarra carnuda... Confessou Luísa em gargalhadas já incentivada por alguns goles de caipivodka de kiwi.

-- ... e vou encontrá-lo pra você minha amiga, Como lhe disse, aqui é uma festa privativa de empresários e existem muitos empresários negros também. Inclusive aqui. Aguarde-me.

O tempo foi passando, as duas amigas continuaram bebendo e gargalhando muito à vontade até Christina pedir licença e retornar com dois amigos, apresentando-os a Luísa. Os dois sentaram-se à mesa, pediram uísque escocês e se enturmaram. O papo evoluiu, Christina se abriu para o louro alto de olhos azuis e constrangeu Luísa de vez ao se dirigir ao negão: -- A minha amiga aqui gostou de você. Disse-me ela que você é o seu tipo preferido.

Pronto! O circo estava armado. Os quatro foram pro meio do salão, pularam, dançaram, cantaram e se abraçaram. A noite corria junto com as bebidas que não deixavam de cair na mesa. Até que, antes do final da festa,,,
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Luísa cambaleante entrou no carro do negão que se apresentou como Dr. Rodrigo (dono de duas concessionárias de veículos) enquanto Christina, já sem sua sobriedade, embarcou no carrão do seu louro de olhos azuis que disse ser representante de uma empresa alemã no Rio de Janeiro.
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... Até aí Luísa estava se lembrando. E depois o que aconteceu? E aonde estaria Christina? Luísa não se lembrava, mas agora tinha certeza que foi levada pelo negão pra aquele motel e que foi usada e invadida por ele. Começou a se tocar e encontrou marcas pelo corpo e vestígios de prazer masculino na sua boca, nos seus seios e entre as suas pernas. Levantou-se cambaleante ainda nua e vomitou algo amarelo com gosto de asco. Abriu a torneira da pia do banheiro, lavou o rosto, se reanimou e deixou a ducha quente cair pelo seu corpo frágil e arrepiado.

Luísa era uma mulher morena e atraente para os seus 35 anos bem vividos e sem percalços, Corpo mediano com curvas bem salientes nas coxas e quadris, o seu olhar instigante e sorriso branco escondiam seus mistérios. Mistérios que haviam sido revelados para Christina na noite anterior. Mistérios que lhe deram coragem para ter chegado até ali. Mistérios que o seu marido não podia descobrir. "Mas aonde anda Christina", instigou-se novamente.

Luísa saiu do banho e procurou se refazer. Suas roupas, sua bolsa e seu celular não foram mexidos. Suas roupas estavam no chão ao lado da cama como se fossem arrancadas e jogadas num momento de êxtase por uma transa tão desejada. E tudo parecia estar normal, quando ao abrir sua bolsa encontrou R$ 300,00 e um bilhete dizendo: "Conheci você esta noite e tudo foi maravilhoso. Você é uma mulher completa e perfeita na cama para um homem que adora um sexo bem transado como eu. Você é demais. Adorei tudo e esse dinheiro é o pagamento pelos seus prazerosos serviços. Espero encontrá-la outras vezes. A: Rodrigo. -- Em tempo: Deixei a suíte paga até às 18;00 horas de hoje. Portanto, não se atrase ao sair.

Luísa se enraiveceu de vez, pegou as cédulas e rasgou-as em pedacinhos. Arrependida, chorou copiosamente, quando foi alertada pelo toque do seu celular. Era Christina, que esbravejou de outra suíte ao lado: -- Luísa, como você está? Estou preocupada consigo. Queira você saber que o filho-da-puta daquele alemão teve a ousadia de me chamar de prostituta? O cara deixou uma grana na minha bolsa e se mandou. Se encontrá-lo de novo vou fazer ele engolir essas notas!

-... pois é minha querida. Comigo aconteceu o mesmo. Vamos embora daqui porque temos tempo pra sair. Noite para esquecer. Fui drogada e estuprada, Se arrependimento matasse...

- Apesar de ser mais experiente do que você, comigo aconteceu o mesmo. Peço-lhe desculpas por te levar pra essa furada que só aconteceu por termos exagerado nas bebidas...

- Algo que não vai mais acontecer. Poderia terminar muito pior...Comentou Luísa ao reencontrar Christina no hall do motel na volta para seus destinos.


- E dessa vez eu aprendi. Nunca mais vou entrar num ambiente diferente do meu, para não ser confundida com gente que não é do meu meio de amizades. Comparar-me a uma prostituta foi demais...Finalizou a amiga.


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N.A.: AMOR DE CARNAVAL É UMA ILUSÃO PARA LUDIBRIAR NOSSOS CORAÇÕES. 

GERALMENTE COMEÇA E TERMINA NA MESMA NOITE.
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25 comentários:

  1. 04/03/2019 00:45 - Iolanda Pinheiro
    O mundo está cheio de criminosos tentando se dar bem ludibriando os outros. Coitadas das mulheres, nem nos ambientes mais selecionados existe segurança. Um conto impactante.

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  2. 04/03/2019 16:28 - Luiza De Marillac Michel
    Querido Poeta Olavo, seu conto está blindado contra as mazelas carnavalescas. Ficou primoroso e muito bem escrito. Já li de madrugada e agora reli e adorei. Receba meu carinhoso abraço. E meus sinceros parabéns. Luiza.

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  3. 04/03/2019 19:33 - Cristina Gaspar
    A narrativa prende bem a atenção, ao menos foram consideradas prostitutas, minhas personagens morreram pois o vilão da história tinha outros planos mórbidos para elas, mas, a reflexão de ambos os textos é a mesma, parabéns, muito obrigada por seu carinho e apreço, abraços fraternos, Deus lhe guarde com ternura.

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  4. 04/03/2019 20:19 - Antônio Souza
    Bela criação, um conto bem narrado que nos deixa na expectativa do desfecho. Parabéns pela eloquência e a N.A. é bem oportuna no momento em que casos reais estão aí acontecendo todos os dias. Meu abraço e Bom feriado!

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  5. 05/03/2019 03:03 - ELIE MATHIAS
    Lindo e bem criativo conto. Forte abraço Caro Poeta Olavo.

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  6. 05/03/2019 07:39 - Heloísa Mamede
    Querido Olavo,amor de carnaval é igual brasa, aquece rápido e logo vira fumaça.Abraços afetuosos

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  7. 05/03/2019 08:24 - Gisely Poetry
    Olavo, ótimo conto! Por isso não bebo....faço tudo muito sóbria...kkkk. Bjos pra ti

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  8. 05/03/2019 09:58 - Walmor Zimerman
    Salve poeta Olavo. Bem criativo o seu conto. Sim! A muito tempo o carnaval perdeu o seu "encanto", pois a muito esta sendo "envolvido" pela instinto, que fica acima da razão. Parabéns! Grato pela volta e as palavras deixadas. Um bom final de feriado.

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  9. 05/03/2019 10:18 - Menduina
    Muito inspirado seu conto, tens razão amor de canaval é um perigo e termina com muita tristeza, só tem que ter cuidado com as doenças e gravidez, amei, beijos n'alma.

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  10. 05/03/2019 11:06 - Maria Augusta da Silva Caliari
    Belo e Real teu conto. Aplausos pela criatividade!Carnaval é para as pessoas que geralnente querem aparecer.Aproveitam-se da época para extrapolar.Esse ano,então,o fank tomou conta na maioria dos estados e a mulherada querendo atrair os homens.Um abração e o meu carinho,poeta carioca!

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  11. 05/03/2019 12:23 - SanCardoso
    Bom dia, Olavo! Parabéns, pela sua brilhante narrativa nesse conto que prende a atenção do seu leitor. Uma realidade infelizmente que acontece todos os dias com pessoas agitadas, que buscam "novidades", para mudarem as suas rotinas. A curiosidade em provar o "proibido", cada dia mais noticiados nas mídias. Parabéns, querido! Bom fim de Carnaval, procê! Adorei seu conto! Beijos ternos

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  12. 05/03/2019 13:58 - Rosa Alves
    Vindo aqui para lhe deixar um afetuoso abraço. Estou afastada, sem inspiração alguma devido à perda de um ente muito amado e querido. Depois voltarei para ler teus belos escritos nobre POETA OLAVO.

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  13. 05/03/2019 20:39 - Norma Aparecida Silveira Moraes
    Seu conto é a verdade do muito que acontece em festas também que rola muita bebida, a mulher é sempre mais fraca, mais confiante e vítima de homens que só pensam em abusar, usar, e cair fora. Seu conto é um alerta para mulheres que gostam de sair para baladas com "amigas" que nem conhecem, ambientes perigosos. Aplausos mil

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  14. 05/03/2019 21:04 - Uma Mulher Um Poema
    Amor de carnaval não passa da quarta-feira de cinzas. Parabéns pelo instigante conto! Um abraço fraterno!

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  15. 06/03/2019 09:20 - Alberto Valença Lima
    Excelente o seu conto meu amigo Poeta Olavo. Parabéns. Christina e Luísa entraram numa furada. Mas isso acontece mesmo. E muitas vezes. Certamente Luísa aprendeu uma lição. Haroldo ao menos nunca a tratou como uma prostituta. Deixo meus abraços poéticos.

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  16. 06/03/2019 11:42 - Lukas Louis Horta
    Nobre poeta Olavo, 'amor de carnaval' um conto real, a sombra dos amores voluteis que se sucedem nos dias atuais, tao comum entre os jovens e alguns de mais tenras idades. Quem dera a sociedade pudesse apenas alertar e se fazer mais consciente, porém, são escolhas quais na maioria das vezes pouco podemos contrariar o alheia. Aplausos honrosos sempre a ti, nobre poeta. Sua obra ficou impecável e magistral em cada detalhe. Grande Abraço...!

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  17. 06/03/2019 12:27 - Elisa Strub Horta
    Caro poeta Olavo... Mais uma belíssima obra... Traz uma bela reflexão acerca de amores banais que chegam a noite e ao amanhecer se acabam... Como disse meu doce amor Lucas Louis, pena da sociedade que pouco consegue interceder com um ato simples: Conscientização... Aplausos mil a sua tão formosa obra... Abraços Poéticos...

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  18. 06/03/2019 15:54 - Francisco de Assis Góis
    ...E as cinzas se vão na quarta feira... Belíssimo conto, Aplausos. Um fraterno abraço.

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  19. 07/03/2019 17:17 - Maripenna
    Disse tudo poeta neste lindo conto, parabéns,pela linda inspiração e grata por sempre fazer interações em minha página, bjs lilas e uma noite feliz.

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  20. 09/03/2019 21:34 - Cristina Gaspar
    Passando para agradecer o carinho, de ter sido incluída com personagem se seu conto, você é muito generoso, abraços fraternos de luz, fique com Deus.

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  21. 11/03/2019 10:23 - Lilian Vargas
    Bom dia, caro poeta. O Carnaval inspira muitas aventuras e as pessoas deixam extravasar mais loucas e inconfessáveis fantasias, e nem sempre são bem isto quando a realidade pós carnaval, se reitera. Belo conto. Boa semana e meu abraço.

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  22. 11/03/2019 12:21 - Takinho
    Um conto rico em detalhes e criatividade! Belíssimo enredo!

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  23. 15/03/2019 18:58 - Maria Augusta da Silva Caliari
    É momento em que muitas pessoas se esquecem da verdadeira personalidade e assumem outra bem permissiva que não conseguem viver no dia a dia.Uma beleza de página,amado poeta carioca da gema e do meu coração.Belo final de semana junto aos teus.

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  24. 03/04/2019 01:12 - Luiza De Marillac Michel
    O Carnaval é para quem sabe brincar. As fantasias, sejam retiradas no outro dia. Tantos mascarados perdulários, decepam as promessas vazias. Personagens brilham com sucesso, pousando em seu conto. Gostei muito. Parabéns Olavo. Abraços calorosos, da Luiza.

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  25. 26/07/2019 20:26 - Maria Augusta da Silva Caliari
    Gostei do Conto em sendo uma das personagens,que resolvi ler outro.Toda forma de amar é linda,mas as que envolve pessoas estranhas,principalmente no carnaval é falta de amor por si.Um abração,amado mestre carioca da gema e do meu coração. Belo final de semana e parabéns pelo dia dos avós,caso tenhas algumas pérolas.

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